TotalEnergies prevê início da produção de Gás Natural Liquefeito em Moçambique em 2029

 

Maputo, 2 de Outubro de 2025 – O presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, anunciou que a produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) do megaprojeto em Cabo Delgado deverá arrancar em 2029, após mais de quatro anos de suspensão devido à insegurança na região.

Segundo o gestor, a petrolífera francesa já apresentou ao Governo moçambicano um novo programa de desenvolvimento, que aguarda aprovação, para permitir a atualização das metas e a retoma das atividades no terreno.

“Tudo está pronto. Estamos a remobilizar no terreno. A última parte da decisão de levantar oficialmente a ‘força maior’ depende do aval do Governo ao plano de desenvolvimento atualizado”, disse Pouyanné, durante um encontro com investidores em Nova Iorque.

Um investimento de 20 mil milhões de dólares

O projecto, avaliado em 20 mil milhões de dólares, é considerado um dos maiores investimentos estrangeiros em África. Ele prevê a produção de 13 milhões de toneladas anuais (mtpa) de GNL e já conta com 40% das obras concluídas.

A TotalEnergies lidera o consórcio da Área 1 da Bacia do Rovuma, onde detém 26,5% de participação.

Suspensão devido ao terrorismo

Em 2021, a multinacional suspendeu as operações e acionou a cláusula de força maior, após uma série de ataques armados em Cabo Delgado, incluindo em Palma, próximo à base logística do projeto em Afungi.

Desde então, o avanço do projecto ficou condicionado às condições de segurança, agora consideradas mais estáveis graças ao reforço da cooperação militar entre Moçambique e Ruanda.

Segurança reforçada em Afungi

Patrick Pouyanné assegurou que a área de Afungi está hoje “completamente sob controlo” e que as condições para a retomada dos trabalhos são seguras:

“Passámos para o modo de contenção. Todos os empreiteiros e trabalhadores estarão dentro da península de Afungi, que será autossuficiente para garantir transporte, alojamento e execução segura do projeto”, afirmou.

Próximos passos

A petrolífera prevê atualizar o orçamento do projeto para incluir os custos adicionais resultantes da suspensão e da nova fase de implementação.

Com o arranque em 2029, Moçambique reforçará a sua posição no mercado global de gás natural, somando este megaprojeto ao da Eni (Coral Sul e Coral Norte), consolidando o país como um dos maiores produtores mundiais de GNL.

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