Eni assina Decisão Final de Investimento para segunda plataforma de gás na Bacia do Rovuma

 

A petrolífera italiana Eni assinou, nesta quinta-feira (02), em Maputo, a Decisão Final de Investimento (FID) para o desenvolvimento da segunda plataforma flutuante de gás natural liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. O projecto, denominado Coral Norte, terá um investimento de 6,2 mil milhões de euros e contou com a presença do Presidente da República, Daniel Chapo, na cerimónia oficial.

A assinatura da FID marca a última etapa antes do arranque do megaprojeto, que será operado pela Eni em nome da Rovuma Mozambique Venture (MRV) — consórcio formado pela ExxonMobil, China National Petroleum Corporation (CNPC) e parceiros locais, detentor de 70% do interesse participativo.

Receitas e benefícios para Moçambique

Segundo o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, o projecto Coral Norte permitirá a Moçambique arrecadar 23 mil milhões de dólares (20,1 mil milhões de euros) em receitas, impostos e contribuições diversas, ao longo de 30 anos.

Além disso, o plano prevê:

  • Disponibilização de 25% do gás produzido ao mercado doméstico, de acordo com a legislação nacional;

  • Fornecimento de 100% do condensado para a geração de energia;

  • Geração de 1.400 empregos para moçambicanos, com um plano de sucessão para formação e qualificação de mão-de-obra nacional;

  • Estímulo a projectos de industrialização, reduzindo a dependência externa e aumentando a capacidade energética do país.

Características do projecto

  • Produção estimada: 3,55 milhões de toneladas anuais (mtpa) de GNL;

  • Infraestrutura: plataforma flutuante de liquefação (FLNG) com seis poços de produção;

  • Investimento: cerca de 7,2 mil milhões de dólares;

  • Arranque da produção: previsto para o segundo trimestre de 2028.

O projecto Coral Norte é a segunda fase de desenvolvimento da exploração de gás natural na bacia do Rovuma, dando continuidade ao sucesso da plataforma Coral Sul, em operação desde 2022.

Declarações e perspetivas

O Director-Executivo da Eni, Cláudio Descalzi, destacou que a expansão do projecto reforça a posição de Moçambique no mercado global de gás natural, “projetando o país como um dos grandes fornecedores mundiais de energia”.

Estudos da consultora Deloitte em 2024 já indicavam que as reservas de GNL em Moçambique representam receitas potenciais de 100 mil milhões de dólares, confirmando o papel estratégico do país no futuro energético mundial.


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