A história, por vezes, oferece-nos exemplos que servem de espelho e de guia. O que se desenrola atualmente em Moçambique, especialmente no caso da suspensão da atividade mineira em Manica, é um sinal de coragem política que remete ao exemplo da África do Sul. Lá, o Comissário Nhlanhla Mkhwanazi denunciou publicamente a interferência política e a corrupção endémica na sua própria polícia, criando comissões de inquérito e expondo redes de poder e corrupção.
Em Moçambique, o Presidente Daniel Chapo demonstrou um ato de similar audácia ao suspender a atividade mineira em Manica, confrontando interesses econômicos poderosos e protegidos politicamente, após décadas de exploração predatória que destruíram sete rios e comprometeram a subsistência das comunidades locais. A decisão não visa apenas mitigar um desastre ambiental, mas marcar um ponto de ruptura com o ciclo de impunidade.
A coragem de Chapo abre a porta para ações concretas:
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A Procuradoria-Geral da República deve abrir processos-crime contra os verdadeiros responsáveis;
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A imprensa de investigação tem a obrigação de expor as ligações e identidades das empresas envolvidas;
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A sociedade civil e organizações ambientalistas devem documentar a extensão do desastre e apoiar as comunidades afetadas.
Este momento é um convite à ação coletiva. A coragem de um líder é necessária, mas insuficiente sem o envolvimento ativo de todos os setores da sociedade. A batalha contra a grande corrupção e pela preservação do país exige que cada cidadão assuma sua responsabilidade.
Como concluiu o Presidente Chapo em seu discurso: “Vamos trabalhar!” — a oportunidade está criada, o desafio lançado, e a escolha é de todos nós.
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