Maputo, 04 de Agosto de 2025 – Em meio ao clima político que antecede as eleições municipais, professores de diversas províncias acusam o ...
Maputo, 04 de Agosto de 2025 –
Em meio ao clima político que antecede as eleições municipais, professores de
diversas províncias acusam o Governo de usar a educação como ferramenta de
propaganda, enquanto ignoram as reais necessidades do setor.
"Aparecem
nas televisões a inaugurar salas sem carteiras, a distribuir livros que nem
chegam às escolas, tudo para mostrar serviço. Mas quem está mesmo no terreno
sabe que a situação é crítica", declarou um docente de Sofala, membro de
um dos sindicatos de professores.
A
acusação surge após o recente anúncio de um “plano emergencial de valorização
do professor”, feito em conferência de imprensa pelo Ministro da Educação.
Segundo os professores, o plano não passa de uma tentativa de silenciar
críticas crescentes vindas do setor, especialmente no que toca à falta de
pagamento de subsídios, ausência de formação contínua e abandono das escolas
rurais.
Venâncio
Mondlane, deputado e voz crítica da oposição, aproveitou o momento para lançar
farpas ao Governo: “Se eu estivesse no poder, a educação seria prioridade, e os
professores, parceiros estratégicos. Hoje, são tratados como números na folha
de salários e usados como escudo político.”
Mondlane
ainda acusou o executivo de aplicar mal os recursos destinados ao setor,
beneficiando apenas “uma elite burocrática que nunca entrou numa sala de aula
cheia de buracos no tecto”.
A
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) respondeu, através de um
comunicado, afirmando que “estão a ser feitos grandes esforços para melhorar o
setor” e que a oposição está “a manipular a dor dos professores para obter
ganhos eleitorais”.
Enquanto o jogo político se intensifica, os professores continuam à espera de mudanças reais. Muitos ameaçam paralisar as atividades se não forem tomadas medidas concretas até o fim deste trimestre.
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