O Governo anunciou ter identificado mais de 18 mil funcionários fantasma na função pública moçambicana. Trata-se, maioritariamente, de trabalhadores já falecidos ou desvinculados do Estado, mas que continuavam a receber salários através de esquemas fraudulentos, operados por alguns gestores de recursos humanos. A revelação foi feita pelo ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa, esta segunda-feira, em Xai-Xai, durante as celebrações do Dia Internacional do Acesso Universal à Informação.
Segundo o governante, a utilização de novos sistemas de controlo permitiu detetar “cerca de 18 mil funcionários fantasmas ou com duplo salário”. Contudo, o valor total do prejuízo ainda está a ser apurado, uma vez que cada trabalhador tinha remuneração diferente.
Impissa explicou que muitos dos casos envolvem funcionários falecidos ou aposentados que permaneciam registados como ativos. A falta de atualização nos sistemas facilitou que gestores corruptos continuassem a manipular dados para desviar salários.
O ministro sublinhou que decorrem investigações para responsabilizar os envolvidos e eliminar situações semelhantes:
“Quatro ou cinco meses sem que um funcionário desativado apareça já é um indício de fraude e corrupção. Cabe-nos identificar os riscos e responsabilizar os culpados”, afirmou.
Durante o evento, que teve como lema “Garantindo o acesso à informação ambiental na era digital”, Impissa destacou ainda a importância da transparência e do uso de plataformas digitais abertas. Como exemplo, mencionou o recente lançamento do “Portal do Funcionário e Agente do Estado”, que conta até agora com cerca de 25 mil utilizadores, de um universo estimado em 400 mil trabalhadores.
O ministro apelou à adesão massiva a esta ferramenta, de forma a reforçar a fiscalização, a comunicação e o acesso público à informação.
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