Venâncio Mondlane Revela
Bastidores Políticos em Entrevista à DW em Berlim: Chapo, Nyusi e Bernardino
Rafael na Mira
Durante a conversa, Mondlane
afirmou que parte das decisões políticas que moldaram o pós-eleitoral em
Moçambique foram definidas fora das instituições formais, alegando a existência
de "salas paralelas de comando" que operam ao lado do aparelho
oficial do Estado.
"Em Moçambique, quem
manda de fato nem sempre é quem aparece nos boletins de voto," disse
Mondlane, em tom crítico, insinuando que Daniel Chapo seria uma "figura
transitória" cuidadosamente construída por um grupo restrito de interesses.
Críticas diretas a Nyusi e à
polícia
Sem rodeios, o ex-deputado
também acusou o ex-Presidente Filipe Nyusi de manter influência ativa nos
bastidores do governo atual e afirmou que Bernardino Rafael teria desempenhado
um papel “silencioso, mas decisivo” durante os episódios de repressão aos
protestos pós-eleitorais.
"Não se tratou apenas
de contenção social. Foi uma tentativa de silenciar uma geração," declarou
Mondlane, referindo-se às manifestações de jovens que eclodiram nas principais
cidades do país entre outubro de 2024 e janeiro de 2025.
Por que Berlim?
A escolha da Alemanha para conceder a entrevista foi estratégica. Segundo Mondlane, a capital europeia oferece um espaço mais livre para falar sem medo de censura ou perseguição. Ele declarou que pretende internacionalizar a sua luta política, buscando apoio de organizações de direitos humanos e instituições democráticas europeias.